Embora seja essencial para manter uma boa saúde, o tema ainda é um tabu entre mulheres. Assim, ignorância é intensificada pela falta de informações e diálogos com profissionais qualificados.
Embora a saúde física, mental e psíquica da mulher esteja mais presente no debate público, existem alguns temas que são tabus. Um deles é a higiene íntima, ainda encarada por escolas e instituições de saúde como um assunto desconfortável, que deve ser evitado.
Um estudo elaborado pela empresa Carefree e pela consultoria Ibope Inteligência mostrou que 47% das mulheres da região Sul do país sentem incômodo ao conversar sobre assuntos como umidade, transpiração íntima e corrimento, por exemplo. A pesquisa entrevistou mais de 1050 mulheres, com idade acima de 16 anos e residentes em 142 municípios brasileiros.
O incômodo leva à falta de busca por informações e meios de lidar melhor com essas questões, o que acaba impactando diretamente a saúde física e a autoestima de cada mulher. Por isso, além de ver quais são os produtos para o dia a dia, procure algumas razões sobre a importância de falar sobre higiene íntima das mulheres.
Conexão com o corpo
Assim como o cabelo, a pele e o intestino, as regiões íntimas também precisam de cuidados contínuos, a fim de manter a saúde da mulher e impedir o surgimento de desconfortos ou doenças.
Estar atenta às mudanças na cor e no cheiro do corrimento cotidiano é fundamental para perceber se há algum problema de saúde, como infecções por fungos e bactérias ou doenças infecções sexualmente transmissíveis.
Também é essencial observar se essas mudanças vêm acompanhadas por outros sintomas, como coceira e ardor ao urinar, para ajudar a compreender o quadro clínico com mais precisão.
Embora algumas mulheres associem a sua flora vaginal com a saúde do seu corpo todo, muitas acabam cuidando dela de modo inadequado, por falta de informações devido à timidez. Por isso, é fundamental contar com profissionais que te deixem confortável para perguntar, sem medo de ser julgada, satirizada ou criticada.
A região íntima é diretamente afetada por fatores externos e emocionais da mulher, não dependendo apenas da imunidade natural do organismo para se manter saudável. Além de manter o pH dessa área, o recomendado é não eliminar os lactobacilos e as bactérias que compõem a flora vaginal, pois eles atuam como uma barreira protetora contra micro-organismos externos.
Mitos e tabus
Ainda hoje, a existência de mitos e tabus sobre a saúde íntima feminina é um dos grandes obstáculos para uma maior conscientização desse público sobre o tema, ajudando a criar desinformações que trazem problemas.
Um deles é o de que mulheres virgens não podem usar absorventes internos. O correto é que 95% das mulheres podem usá-los, independentemente de suas vidas sexuais, sendo recomendada a realização de um exame ginecológico para as mulheres virgens, antes de optarem pelo uso.
Outro mito recorrente é que absorventes diários ajudam a manter a higiene íntima. A verdade é que eles abafam essa região e criam um ambiente que favorece a proliferação de bactérias. O uso é recomendado apenas de forma mais pontual, quando há aumento dos corrimentos ou dias antes da menstruação.
Muitas mulheres também acreditam que o uso diário de sabonetes íntimos ajuda a manter a região mais limpa, o que é equivocado. Esses produtos são recomendados para períodos curtos e marcados por infecções bacterianas. Essa ideia é originária do pensamento de que a região íntima é “mais suja” que outras partes do corpo feminino, o que exige produtos especiais para ela.
Algumas ideias populares verdadeiras é que o uso diário de calcinhas apertadas prejudica a saúde íntima. Isso ocorre porque essas peças criam um ambiente propício para a reprodução de germes, a partir do aumento da temperatura e da umidade dessa região. Também é verdade que o melhor é lavar essa área toda vez que se faz xixi. Quando isso não é possível, pode-se passar um papel levemente molhado.