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Foto do escritorRedatores Estrondosos

3 Efeitos sociológicos da pandemia do coronavírus

Dentro dos próximos anos, veremos os efeitos sociológicos da pandemia do coronavírus, como ela vai nos afetar nossa sociedade e mudar nossos hábitos, maneiras de agir e pensar, individualmente, o que acabam por impactar toda a sociedade.

Cada indivíduo é afetado pela experiência da pandemia do coronavírus, seu confinamento individual, ou familiar, liberdades negadas pelos governantes, políticos afirmando que não se passa de uma gripe, enfim, como os indivíduos vão reagir a essa experiência coletiva?

E com base na resposta de cada indivíduo, veremos um movimento coletivo, somando a ação de milhares de pessoas, conectadas, e este é o campo de estudo da sociologia.

Mas antes de falarmos de futuro, vamos analisar como chegamos até aqui. Do ponto de vista da sociologia.

Como chegamos até aqui

A pandemia do coronavírus começou na China, no final de 2019. Já chegavam notícias distantes, aqui no Brasil, de que era um novo vírus, e que estava se espalhando rapidamente.

A sociedade brasileira assistiu como assistiu a queda das torres gêmeas, o terremoto no Haiti, com a mesma expressão de “ainda bem que não é aqui” e continuaram suas vidas normalmente, como se o Brasil fosse eleito por Deus para se ver livre de todos os males.

Os alertas de chegada do coronavírus foram ignorados, tanto que o carnaval aconteceu normalmente, no Brasil.

A ideia de um vírus invisível que vai entrar pela narina e olhos das pessoas e que se espalha antes que qualquer sintoma seja apresentado foi recebida com incredulidade.

Alguém com um vírus mortal desses, sem dúvida, deveria mudar de cor, tossir sem parar, desmaiar, enfim, qualquer coisa. Era o pensamento comum, o pensamento de época.

Mas não, o infectado espalhava o vírus para as pessoas que mais amava, nas festas de aniversário da família, dos encontros no final de semana, pois ninguém acreditava que o amigo, o parente, que é tão gente boa, estaria com o vírus mortal, sem nem mesmo mudar de cor ou tossir uma vez sequer.

Assim o vírus se espalhou, aos poucos, lentamente, e as autoridades não sabiam o potencial do vírus nem onde iríamos parar.

Confinamento, falta de liberdade

Uma sociedade que, dividia, tem metade dos seus cidadãos acusando o PT de ser comunista, os comunistas como sendo ruins e gritando e agredindo fisicamente qualquer um que usasse a cor vermelha no período eleitoral de 2018, se vê confinada.

O direito de ir e vir, o “direito de um pai de família levar o sustento pra sua casa” (frase que eu ouvi pessoalmente várias vezes de pessoas que abriram seus comércios desrespeitando os decretos). Foram aniquilados.

Quem poderia cometer tais atrocidades? Os comunistas, é claro, e não demorou muito para o neo-liberal, de direita, João Dória, governador do estado de São Paulo ser tachado como comunista, parte de um plano mirabolante para quebrar o Brasil para que ele ganhasse vantagens com isso.

Nuns disseram qual a vantagem o governador Dória teria em quebrar o estado de SP, ou o país, mas enfim, a fábrica de fake news estava à milhão e não parava de produzir atrocidades.

Esse confinamento forçado e os prejuízos amargados por todos, colocam os cidadãos contra os governantes. Porque na cabeça do cidadão comum, o problema não era o vírus, mas sim o governante que tinha aderido ao comunismo, depois de décadas de neoliberalismo econômico na prática.

O primeiro político a fazer essa leitura foi o presidente Jair Bolsonaro, que desde o comecinho “se colocou do lado do povo” abrindo porteiras para a proliferação do vírus, custando dezenas de milhares de mortos, mas com apoio popular.

Prefeitos fechavam suas cidades permitindo cruzar fronteiras somente moradores, que possuíam título de eleitor válido na cidade, mas o presidente liberou as rodovias, em nome do direito de ir e vir e da liberdade.

As cidades litorâneas ficaram abarrotadas de pessoas, com o confinamento nas metrópoles, onde passar o período de isolamento senão na praia, num quiosque tomando água de coco e e aglomerando um pouquinho com pessoas gente boa, e que por isso não tinham o vírus.

Esse fator do confinamento forçado trará reflexos graves para a sociedade brasileira, que já se colocava contra políticos, na qual os político estavam se elegendo ao se apresentar como empresários (João Dória) e como militares (Bolsonaro, que inclusive vivia da política há 30 anos antes de se eleger).

A tendência é de que esse movimento se intensifique nas próximas eleições, esperemos, pelo menos, que sirva para tirar velhas oligarquias do poder e renovar o quadro político nacional.

efeitos sociológicos da pandemia do coronavírus, imagem ilustrativa de Emile Durkheim

Emile Durkheim, Considerado O Pai Da Sociologia

Sociedade mais preparada para crises

As crises deixam suas marcas e aprendizados. Milhões de pessoas foram à falência financeira durante a crise provocada pela pandemia do coronavírus em 2020. Por isso nos propomos a fazer uma breve análise dos efeitos sociológicos da pandemia do coronavírus.

Mas será que isso fará da nossa sociedade mais bem preparada para crises? Do ponto de vista de respiradores em UTI’s sim, hoje temos milhares e milhares disponíveis no SUS.

Mas e do ponto de vista financeiro? Todos os manuai de administração sempre pregaram que o empresário deve ter em caixa, na poupança por exemplo, 6 meses de todos os custos do negócio.

Isso servia para evitar a falência. Durante um momento de crise passageira as contas continuarão em dia e livre de juros.

Mas como a pandemia do coronavírus está durando mais do que 6 meses e sem previsão de término, será que os empresários guardarão 1 ano de contas, no caixa?

Esperamos que sim, mas sabemos que a concentração de renda se intensifica a cada dia. E a pandemia do coronavírus está aumentando esse processo, os grande empresários continuam voando de helicóptero, e os pequenos não vêem alternativas.

Efeitos sociológicos da pandemia

Recaídas psicológicas

Sem dúvida, as pessoas sem renda, depois de um período de confinamento, no qual se sentiram impotentes, terão recaídas psicológicas.

Sobretudo as que já tinham problemas depressivos, ou algum tipo de dependência química.

A procura por alimentos especiais, para dar mais ânimo e energia, além de purificar o organismo da química que absorvemos tem crescido através do aumento de consumo das Detox caps.

Por isso que uma tendência que pode ser esperada como resultado dessa pandemia, é o aumento da procura por clínica de recuperação.

Mas esse tema deve ser aprofundado e estudado por psicólogos, do ponto de vista da sociologia podemos apenas apontar tendências gerais e genéricas.

De todo modo não queremos que você fique careca, de tanta preocupação, então lembre-se de cuidar do seu crescimento capilar.

Escrito por Daniel Santos, celebrante sociólogo.

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