Diversidade é a palavra da vez em áreas como a tecnologia, ainda dominada por homens, brancos e heterossexuais. Confira algumas personalidades LGBTs que vêm se destacando nesse setor.
O desenvolvimento das redes sociais na última década mudou a forma de produzir e consumir conteúdo na internet. Se, antes, os discursos estavam mais monopolizados pelos meios de comunicação consolidados, hoje, essas plataformas vêm abrindo espaços mais diversificados para novas vozes.
Neste contexto, cresceu o número de mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTQI+ articulando ideias, produzindo conteúdos e debatendo temas de interesse público, desde a violência policial e a igualdade salarial até a demarcação de terras e as medidas de punição às ações descriminatórias em repartições públicas e privadas.
Assim, a popularização de tecnologias vem complexificando o debate público em diferentes temas, mas o preconceito ainda existe. Uma pesquisa da consultoria PwC aponta que apenas 38% das lésbicas e das mulheres bissexuais assumem sua condição sexual em ambiente de trabalho. Então, veja algumas personalidades LGBTs que se destacaram em distintas áreas do conhecimento em 2020.
Claudia Brind Woody
Uma das maiores executivas do mundo, ela é líder do licenciamento Global de Propriedade Intelectual da International Business Machines (IBM), uma das maiores corporações de informática do planeta. Na empresa desde 1996, Woody dirige uma equipe de licenciamento de código-fonte, um grupo de consultoria especializada e o programa IP Partnership.
Além disso, ela é uma das co-presidentes da Força-Tarefa Executiva Global da IBM para LGBT, na qual realiza conferências internacionais sobre a importância de incentivar a diversidade dentro das empresas e treina funcionários para privilegiar essa condição em clientes.
Ellie — Last of Us
The Last of Us é um jogo eletrônico de aventura, que ocorre em um futuro pós-apocalipse nos Estados Unidos. Na história, os jogadores controlam Joel, um homem que deve escoltar a jovem Ellie. Ele pode utilizar armas de fogo para defendê-los de humanos hostis e criaturas canibais em um mundo distópico.
Boa parte dos personagens deste jogo são LGBTs: a própria Ellie é lesbica e vai descobrindo sua sexualidade ao longo da trama. Na segunda parte do game, lançada anos após a sua estreia, Ellie começa um romance com uma nova personagem, chamada Dina.
Buh D’Angelo
Esta jovem negra é a fundadora da InfoPreta, primeira empresa de reparos e serviços tecnológicos, composta apenas por mulheres negras, LGBTs e travestis do Brasil.
Nascida na periferia de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo, ela gostava de desmontar e remontar aparelhos eletrônicos desde criança. Na adolescência, concluiu alguns cursos técnicos na área de tecnologia.
Após o colegial, candidatou-se a inúmeras vagas de trabalho em empresas do ramo, mas não foi aceita em nenhuma. A rejeição e o preconceito vivido por ela motivou a criação da InfoPreta.
De acordo com uma pesquisa da Harvey Nash, empresa internacional de recrutamento, só um terço dos cargos na área de tecnologia são ocupados por mulheres, apenas 7% delas chegam a cargos de liderança e, desse percentual, menos de 1% são negras.
Audrey Tang
Esta programadora taiwanesa transexual ficou conhecida em 2014, por ajudar o movimento estudantil do país a ocupar o Parlamento Nacional, durante 3 semanas. Aos 12 anos, ela largou a escola e passou a criar programas de computador. Depois de 4 anos, fundou a sua empresa e foi trabalhar no Vale do Silício, atuando como consultora em marcas como a Apple.
Aos 24 anos, fez a transição de gênero e passou a adotar o nome Audrey. Hoje, aos 39, é uma das lideranças do movimento que busca transparência e democracia digital no governo de Taiwan. Tang é ministra no país e tem ajudado a criar inovações tecnológicas no território situado a apenas 130 km da China.