O massoterapeuta desempenha papel fundamental durante otratamento. As pessoas sentem-se mais acolhidas, relaxadas,com menos dores e melhoram a qualidade do sono
Com a ampla prevalência de indivíduos que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), além daqueles que anualmente têm o diagnóstico de algum tipo de câncer, é essencial que os massoterapeutas entendam as tendências de tratamento dessas doenças.
Isto porque, uma pessoa com HIV/AIDS ou câncer certamente irá, em algum momento, estar sob os cuidados de um massoterapeuta. Compreender a doença, para a prática da massoterapia nesses pacientes, é muito importante para o profissional, devendo ele incluir o tema no currículo, por meio de cursos especializados.
Pesquisas sobre a eficácia da massagem em pacientes com HIV/AIDS têm resultados importantes. Bebês HIV positivos, por exemplo, que receberam massagem terapêutica ganharam peso significativo em comparação com os bebês do grupo-controle, que não passaram pela terapia.
Os bebês massageados também apresentaram comportamentos de menor estresse. Como variável contribuinte, as mães tiveram ansiedade reduzida e níveis de estresse mais baixos.
Outra pesquisa, sobre o efeito da massagem terapêutica no sistema imunológico, foi realizada em 23 homens HIV positivos e 10 homens HIV negativos. Todos receberam um mês de massagens diárias de 45 minutos e alternadamente um mês sem massagem.
O grupo de massagem mostrou aumentos significativos na citotoxicidade das células e dos níveis de relaxamento e reduções significativas no cortisol urinário e estados de ansiedade.
Parte da equipe
Os massoterapeutas desempenham um papel importante na vida das pessoas infectadas com HIV e AIDS ou acometidas por câncer, complementando a equipe médica do paciente. A massagem exerce um papel vital para ajudar os pacientes a lidar com os vários sintomas desencadeados por essas doenças.
Indiretamente, a massagem estimula o sistema imunológico. Os fatores que parecem contribuir para isso foram movimentos de pressão, a dosagem e o período da sessão. O efeito no sistema imunológico foi ainda mais intenso quando a pressão foi aplicada com massagens de duração mais longa.
Traços profundos, pontos de pressão e massagem de ponto-gatilho melhoraram a função imunológica em pessoas com HIV/AIDS. Para que o tratamento seja benéfico, recomenda-se que o terapeuta use uma abordagem de gerenciamento de estresse de corpo inteiro.
A técnica deve incluir pressão, como acupressão, terapia de ponto-gatilho e golpes profundos, que devem durar aproximadamente uma hora e ser realizados pelo menos uma ou duas vezes por semana durante um período prolongado de meses, para resultados de aprimoramento imunológico.
É importante conhecer algumas diretrizes gerais que auxiliem os massoterapeutas na hora de trabalhar com pacientes com HIV/AIDS – seja educado sobre a doença; faça um histórico do paciente; inspecione a pessoa para verificar se não há cortes, feridas abertas ou sangramento; da mesma forma, examine suas mãos para verificar se não há cortes, feridas abertas ou sangramento; mantenha as unhas curtas para não arranhar acidentalmente o paciente; e lave bem as mãos com água morna e sabão antes e depois da massagem.
Finalmente, e igualmente importante: caso o massoterapeuta, acidentalmente receba sangue, sêmen, fluido vaginal, leite materno ou outro fluido corporal, em seus olhos, nariz ou boca que possa conter sangue, deve lavar imediatamente o local com o máximo de água possível sobre e ir ao médico para saber se precisará passar por algum processo de prevenção com medicamentos.
Caso não haja troca de fluidos corporais, o HIV não pode ser transmitido durante a massagem. No entanto, algumas infecções que as pessoas que sofrem dos estágios posteriores da AIDS experimentam são contraindicadas e o paciente deve evitar receber massagens. A existência de erupções cutâneas, feridas, lesões ou inchaços visíveis também tornam a massagem contraindicada.
Paciente com câncer
A massoterapia também tem papel positivo para quem sofre com o câncer. Embora não haja evidências científicas de que a massagem possa tratar a doença, é certo que a terapia ajuda de alguma forma.
Um terapeuta usa técnicas como acariciar, amassar, tocar ou pressionar, ajudando o doente a relaxar mental e fisicamente. A massagem pode se concentrar nos músculos, nos tecidos moles ou nos pontos de acupuntura.
As técnicas podem variar de suaves a vigorosas e rápidas. Os terapeutas podem tratar todo o corpo ou se concentrar em uma parte específica, como cabeça, pescoço ou ombros. Podem ser realizadas a sueca, shiatsu, aromaterapia e a de pedras quentes.
Uma das principais razões pelas quais as pessoas com câncer usam massagem é porque acabam se sentindo bem. Além disso, podem ajudar a melhorar o humor, o sono e o bem-estar.
A massagem também alivia o estresse, a ansiedade, as dores de cabeça e no corpo, levando os pacientes a uma melhor qualidade de vida e autoestima.
Uso de luvas
Como não há evidências mostrando uma correlação positiva entre a transmissão do HIV/AIDS e toque ou massagem terapêutica, não faria sentido que o profissional queira usar luvas durante a sessão.
Isto por que, pessoas com HIV/AIDS expressam desconforto quando o massoterapeuta faz uso de luvas, pois esses pacientes rotineiramente são vítimas de discriminação. Apesar de anos de educação em saúde, a doença continua a ser mal compreendida.
Entretanto, como a massagem terapêutica é uma profissão de saúde, e como tal, acaba expondo os profissionais a várias doenças, o motivo do uso de luvas deve ser ponderado.
Evidente que há momentos em que o uso de luvas é justificado, mas não há razão para que sejam usadas habitualmente na terapia do paciente.
Se o massoterapeuta achar que deve usar luvas devido à presença de sangue, é recomendável informar ao paciente e obter seu consentimento antes da terapia. As luvas mais seguras são de látex e vinil. Afinal, a massagem deve ser acolhedora, mas realizada com segurança.